Marilyn por Bert Stren

A exposição está aí; as fotos podem ser vistas no Centro Cultural de Cascais.
Conheço-as há muitos anos. Comprei o livro à data, em Paris, Editions Filipacchi, 1982.

Açorda de tomate e coentros

Em variante desenjoativa, gosto de acompanhar peixe com açorda. As receitas mais divulgadas de açorda levam o ovo final que as torna um pouco pesadas, pelo que, desta vez, virei-me para uma açorda mais leve e, se não fosse contraditório, diria fresca.
Preparei um pregado, pode ser grelhado ou frito, que foi muito bem com esta açorda. Juntando um tom verde ao prato - p.e. coentros cozidos ou salteados - fica delicioso.
Pregado com açorda de tomate e coentros


Para 5 pessoas
500g pão tipo alentejano / trigo
2 tomates médios maduros / concassé
3 dentes de alho picados
1 cebola picada
1 folha de louro 
Azeite q.b.
Sal marinho q.b.
Pimenta de moinho q.b.
1/2 ramo de Coentros ou a gosto
2 goles de vinho branco 
0,75dl polpa de tomate
1l caldo de peixe
 No dia anterior corte o pão em fatias. O pão deve estar um pouco seco.

Ferva o caldo de peixe e verta por cima do pão para ensopar.
Num tacho (de preferencia de fundo antiaderente) prepare um fundo com azeite, alho e cebola, deixe refogar um pouco e refresque com vinho branco.
Adicione a apolpa de tomate e deixe ferver.
Em lume vivo, junte o pão já ensopado e misture energicamente durante algum tempo para criar uma massa homogénea e se soltar do fundo. 
Junte o tomate concassé, tempere de sal e pimenta e misture mais um pouco. Corrija a textura da açorda a seu gosto acrescentando se necessário mais um pouco de caldo. Tenha em atenção que o tomate não deve ficar desfeito; antes deve sentir-se, quando se come, o que torna a açorda mais leve.
Retire a açorda do lume e aromatize com coentros frescos cuidadosamente lavados e picados. 

concassé - Corte em pequenos cubos. Aplica-se para o tomate pelado a que se retiraram as grainhas.

Ovas de pescada com vinagreta de coentros

Para quem gosta de ovas de pescada esta é uma boa maneira de as preparar para esta altura do ano. Uma entrada refrescante que, além das ovas, tem um excelente sabor a coentros frescos.
            
350g de ovas de pescada frescas
Limpar as ovas assegurando-se que não se rebentam e deixá-las de molho durante uma hora em água, sal e sumo de limão. Cozer as ovas em lume brando (10 a 15 minutos para ovas de tamanho médio). As ovas só devem ser introduzidas no caldo (court-bouillon) depois deste estar a ferver.
Para o court-bouillon onde deve cozer as ovas
1 cebola pequena
2 hastes de salsa
1 folha de louro
alguns grão de pimenta preta
1 gole de vinho branco
sal
Depois das ovas cozidas cortá-las em rodelas de 1cm e colocá-las numa taça. Fazer a vinagreta e temperar.
Para a vinagreta
1dl de azeite de alho
0,4dl de vinagre de vinho envelhecido
2 colheres de sopa de água
5 hastes de coentros picados grosseiramente
sal e pimenta q.b.
Colocar todos os ingredientes num frasco pequeno e agitar bem até emulsionar. Temperar as ovas.
Enfeitar com uma dúzia de alcaparras e grãos de pimenta verde.
Acompanhe com fatias de pão rústico. O vinho deve ser tinto ou um branco que se aguente...

Governo técnico

Anda por aí a fazer caminho a ideia peregrina de que, estando o país em crise grave, devemos ter ministros mais técnicos - seja lá o que isso for - que não sejam políticos ou que esqueçam momentaneamente a política. Subjaz a esta ideia a noção de que esta coisa da governação é uma ciência exacta e que, portanto, melhor será um governo de cientistas (ou técnicos), pois tomará decisões virtuosas; como se a opção entre soluções alternativas, muitas vezes antagónicas, não fosse sempre política. Mesmo quando parece técnica.
Que não restem dúvidas!
1. Não há governantes puramente técnicos. As opções da governação são sempre políticas; têm a ver com o governo da pólis e representam escolhas sobre os objectivos a alcançar e os caminhos a percorrer.
2. Este pensamento sobre as virtudes tecnocráticas é de direita. Pressupõe a superioridade do homem e da mulher sem ideologia (o que, por si só, corresponde a uma ideologia alternativa).
3. E é, também, ignorante.

Coisas do dia seguinte

"Carinhoso" - Pixinguinha e Orlando Silva













Orlando Silva (o cantor das multidões, 1915-1978) canta, em 1937, "Carinhoso". É uma composição de 1917 da autoria de  Pixinguinha (1897-1973) e que originalmente era só tocada. O poema surge em 1937 e foi escrito por João de Barro a pedido de Orlando Silva, que gostava muito da música. 
Orlando Silva foi um dos mais importantes cantores brasileiros da primeira metade do séc. XX, assim como Pixinguinha, um dos maiores compositores de música popular.
"Carinhoso" é uma das canções mais populares do Brasil, interpretada por praticamente todos os nomes ilustres da musica popular brasileira.

A Europa está febril, Portugal está com respiração assistida e eu não me sinto muito bem!

Parece-me que só há um caminho

Frango Tailandês

Esta receita é um sucesso garantido. Corresponde a uma soma abastardada de várias dicas tiradas de outras tantas formas de cozinhar frango a oriente, e que resultou. Imaginação ao poder!
Junta paladares de doce, ácido e picante de forma harmoniosa, pela influência do leite de coco, do vinagre e do piripiri. Depois de se dominar a receita (que não é complicada) pode acentuar-se algum dos paladares, a gosto, embora eu aprecie o presente equilíbrio.
O nome da receita também é degenerado, claro. Enjoy!

1 Frango e meio limpo e cortado aos pedaços
1 Cebola pequena
1,5dl de azeite virgem
1 colher de sopa de maisena
Para a marinada:
1 Frasco de molho de soja ( 200ml)
1 Lata de leite de coco (400ml)
4 Colheres de sopa de vinagre
8 Dentes de alho laminados
1 Colher de sopa de grãos de pimenta preta
3 Piripiris
5 Folhas de louro
Confecção
Fazer a marinada e deixar os pedaços de frango na marinada durante quatro horas ou, de preferência, de um dia para o outro.
No dia seguinte escorra os pedaços de frango e reserve a marinada.
Aqueça um fundo de azeite num tacho grande e salteie os pedaços frango ligeiramente que vai retirando do azeite assim que estiverem alourados. Após alourar todo o frango, reserve. Junte uma cebola picada ao azeite que ficou; deixe alourar. Junte a marinada. Junte novamente o frango alourado, tape o tacho e deixe cozinhar em lume brando até o frango estar tenro. Logo que o frango esteja tenro retire os pedaços de frango do tacho para uma assadeira e deixe a marinada apurar um pouco mais. Coloque a assadeira no forno preaquecido a 200ºC (grill) só o tempo necessário para alourarem.
Entretanto deixou apurar o molho que ficou no tacho; passe-o agora por um coador. Junte uma colher de sopa de maisena para engrossar e leve ao lume até ferver mexendo sempre. Está pronto!
Cubra o frango alourado na assadeira com o molho que engrossou e sirva com arroz basmati e um salada variada.
E o vinho para acompanhar estes paladares? Aceitam-se sugestões...

Salada de pimentos, bacalhau e presunto.

Mais um petisco para o Verão. Para comer à temperatura ambiente, acompanhado com pão de mistura ou alentejano e um bom tinto.

Coisas simples: pimentos assados, bacalhau confitado (ou assado) devidamente lascado e tiras finas de presunto de boa qualidade. Misture tudo e tempere com uma vinagreta feita de azeite de alho, vinagre, pimenta de moinho e sal. Tudo a gosto. Se quiser dar um toque especial migue, com um garfo, uma gema de ovo cozida e junte à vinagreta.
Faça com antecedência; os paladares apuram umas horas após a confecção.

Costeletas de porco preto grelhadas, feijão branco e cogumelos

Uma ligação perfeita que nos remete para a saborosa cozinha alentejana. Para 2 pessoas 300 g de costeletas de porco preto (desossadas) 400 g...