Lá como cá

Obama declara guerra à Fox News.

A Fox News faz a “promoção de um ponto de vista” e não está verdadeiramente preocupada com as notícias, diz David Axelrod, o principal conselheiro político de Obama. Parece-me que conheço isto de qualquer lado!?

Um dos comentadores da Fox News, Glenn Beck, já chegou ao ponto de dizer que Obama é racista - “Tem um ódio profundamente enraizado pelos brancos”.

A Casa Branca está revoltada com a Fox News e promete ser mais dura na resposta às suas opiniões mascaradas de notícia. Mas a direita não reconhece à Administração Americana o direito à indignação. Lá como cá, também para alguns, o poder não tem o direito à indignação (não passa de perseguição) e os conservadores já falam “listas de inimigos”, possivelmente a abater.

O mundo é pequeno. Confira aqui.

Sobre o mesmo tema.








Limpar Portugal





Esta campanha está em curso  e no mínimo merece o benefício da dúvida.
Se formos, por uma vez, menos descrentes e começarmos por aderir antes de criticar, talvez se consiga fazer do dia 20-03-2010 um dia de referência. Todos sabemos que há alguma ingenuidade neste tipo de movimentos, mas a ingenuidade tem a força do que é novo, da esperança e do futuro. E o Planeta merece.

Para ir acompanhando...
Ps: não deixem de ver o video

Compra um cão

Anda tudo nervoso porque Portugal tem que ganhar a ...Malta! O tom é de medo. E ouvindo as notícias é fácil concluir que o medo faz parte da Selecção e já não depende dos adversários. O país tem uma Selecção medrosa que entra em campo com as pernas a tremer e que quer ir (fazer o quê?) ao Mundial. Talvez o seleccionador ainda se lembre, a tempo, de comprar um cão.

Boa mesa




Tem apetite? Gosta de comer e é apreciador de bons petiscos?
Ainda bem !  Os ditadores são frugais e não têm paladar. Têm que se manter focados em dar cabo da nossas existências;  não podem amolecer com os prazeres da mesa.

Os cínicos

A atribuição do  Prémio Nobel da Paz a Obama vai tornando mais nítida a face dos cínicos.

conferir José Medeiros Ferreira in Bicho Carpinteiro e Aspirina B

Os Cadernos de Malte Laurids Brigge

Li-o nos anos setenta por sugestão de um estimado amigo que hoje revejo menos do que devia.  Por essa altura fazíamos longos serões à conversa sobre as nossas duvidas, sobre o que o mundo esperava de nós e nós dele. Dávamos longos passeios a pé, por vezes embrenhados na noite então menos perigosa, como se esperássemos que ela não confirmasse a nossa frequente e melancólica conclusão: Qual o sentido da vida e como procurá-lo; nós não sabíamos.
Recordo bem a história do seu entusiasmo com "Os Cadernos de Malte Laurids Brigge" e como a importância do texto lhe tinha chegado.  Se bem me lembro por sugestão de João Bénard da Costa.

Ainda tenho essa edição da Editorial Inova de 1975.


Há não muito tempo e depois de curiosas insistências do meu filho mais velho sobre livros e literatura, veio este livro à baila. Não resisti a folheá-lo de novo. Como não resisto a transcrever esta magnífica página.

"Creio que devia começar a trabalhar, agora que aprendo a ver. Tenho vinte e oito anos, e até aqui aconteceu tanto como nada. Vamos repetir: escrevi um estudo sobre Carpaccio, que é mau; um drama chamado «Matrimónio» que quer provar, por meios equívocos, qualquer coisa falsa; e versos. Ah, mas que significam os versos, quando os escrevemos cedo! Devia-se esperar e acumular sentido e doçura durante toda a vida e se possível durante uma longa vida, e então, só no fim, talvez se pudessem escrever dez versos que fossem bons. Porque os versos não são, como as gentes pensam, sentimentos (esses têm-se cedo bastante), - são experiência. Por amor de um verso têm que se ver muitas cidades, homens e coisas, têm que se conhecer os animais, tem que se sentir como as aves voam e que se saber o gesto com que as flores se abrem pela manhã. É preciso poder tornar a pensar em caminhos em regiões desconhecidas, em encontros inesperados e despedidas que se viram vir de longe, - em dias de infância ainda não esclarecidos, nos pais que tivemos que magoar quando nos traziam uma alegria e nós a não compreendemos (era uma alegria para outro - ), em doenças de infância que começam de maneira tão estranha com tantas transformações profundas e graves, em dias passados em quartos calmos e recolhidos e em manhãs à beira-mar, no próprio mar, em mares, em noites de viagem que passaram sussurrando alto e voaram com todos os astros, - e ainda não é bastante poder pensar em tudo isto. É preciso ter recordações de muitas noites de amor, das quais nenhuma foi igual a outra, de gritos de mulheres no parto e de parturientes leves, brancas e adormecidas que se fecham. Mas também é preciso ter estado ao pé de moribundos, ter ficado sentado ao pé de mortos no quarto com a janela aberta e os ruídos que vinham por acessos.
E também não é ainda bastante ter recordações. É preciso saber esquecê-las quando são muitas, e é preciso ter a grande paciência de esperar que elas regressem. Pois que as recordações mesmas ainda não são o que é preciso. Só quando elas se fazem sangue em nós, olhar e gesto, quando já não têm nome e já se não distinguem de nós mesmos, só então é que pode acontecer que, numa hora muito rara, do meio delas se erga a primeira palavra de um verso e saia delas...
 Mas todos os meus versos nasceram de outra maneira; não são versos portanto. "
In "Os Cadernos de Malte Laurids Brigge", Rainer Maria Rilke


Nos anos setenta era muito cedo para sabermos qual o sentido da vida. Nós não sabíamos. Nós não sabemos.

Nobel da Paz

Mesmo que o seu significado já tenha sido algumas vezes diminuído por atribuições míopes, não pode deixar de assinalar-se: Nobel da Paz para Barack Obama


A melhor forma de prestigiar o Nobel e de responder aos que um dia ousaram pensar em George W. Bush. Não podia estar melhor entregue!


BUDDHAEDEN

Buddhaeden



É na Quinta dos Loridos, em Bombarral. São estátuas de Budas, lanternas em granito, estátuas de terracotta, esculturas espalhadas pelos 35 hectares do espaço da quinta dedicado a visitas públicas.

O passeio será mais aliciante talvez daqui a um ou dois anos.  Entretanto haverá tempo para concluir os arranjos ainda em curso, deixar crescer as árvores e os arbustos plantados nos locais onde o espaço da quinta foi reconfigurado e colocar informação ao longo dos percursos, assegurando que o visitante interpreta o espírito do lugar e compreende o que vai vendo. Não está acabado (nem inaugurado) mas já é visitável. A entrada é gratuita. Boa forma de Joe Berardo devolver à sociedade uma (pequena) parcela das suas mais-valias (como, aliás, já faz no CCB - Museu Berardo). O que não se despende à entrada pode ficar, em crescendo, na loja dos vinhos do Grupo Bacalhôa por onde, obrigatoriamente, temos de passar à saída.


Manter o rumo (acabou a tempestade?)





Hoje levantei-me cedo; tinha que fazer. O dia acordou calmo e ameno.  No inicio deste novo dia é bom ter que fazer e constatar que não nos está vedado o realismo da esperança; continuamos, enquanto povo, a saber a direcção do futuro. Não me queixo.

Costeletas de porco preto grelhadas, feijão branco e cogumelos

Uma ligação perfeita que nos remete para a saborosa cozinha alentejana. Para 2 pessoas 300 g de costeletas de porco preto (desossadas) 400 g...