Cabrito assado com arroz de miúdos

Do cabrito assado de que se falava, quando eu era miúdo, dizia-se que era "à moda do Senhor da Serra". 
O Senhor da Serra é uma pequena povoação a 12km de Coimbra pertencente ao concelho de Miranda do Corvo. Nos anos 50-60 e  ainda hoje embora em menor escala, daí vinham trabalhar, para as famílias de Coimbra, mulheres ditas a dias, hoje empregadas domésticas. Lembro-me bem das que passaram por minha casa. Consigo traziam os saberes gastronómicos de que faziam uso principal durante as festas religiosas e de que se destacavam o cabrito assado, a chanfana, os negalhos e o arroz doce. Parte desses saberes ficaram e são hoje património de (muitas?) famílias de Coimbra.
Hoje já não faço o cabrito à moda do Senhor da Serra; as preocupações contemporâneas levam-nos a evitar a banha de porco e a procurar alternativas mais saudáveis nas ervas aromáticas.

Para um cabrito de 4,5 a 5kg
4,5dl de azeite virgem
uma cabeça de alho
2 colheres de sopa de massa de pimentão
5dl de vinho branco
3 folhas de louro
2 hastes de alecrim fresco
sal, pimenta, piripiri a gosto

Num almofariz juntar o sal, os dentes de alho descascados de uma cabeça, uns grãos de pimenta preta, o piripiri e pisar tudo muito bem. Juntar um gole de azeite e continuar a pisar fazendo uma pasta. Passar a pasta para uma taça e incorporar o restante azeite e a pasta de pimentão. Finalmente juntar à pasta as folhas de louro e as hastes de alecrim.
Tendo o cabrito bem limpo e cortado aos pedaços, colocar o dito numa assadeira e barrar bem com a pasta de alho. Regar com o vinho branco e reservar de um dia para o outro.
No dia seguinte levar ao forno pré-aquecido a 200ºC até apurar. Ir regando com o molho ou com um pouco mais de vinho para não secar e, se necessário, virar os bocados do cabrito para ficarem bem assados.
Pode juntar-se batatas para assar ou assá-las à parte com um pouco do molho do cabrito e um gole adicional de azeite. Se juntar ao assado três ou quatro batas doces inteiras ficam excelentes pois tomam o gosto do assado.

Para o arroz de miúdos
miúdos do cabrito limpos e cortados aos pedaços
500g de arroz carolino (ou se preferir agulha)
1 cebola grande picada
2 dentes de alho picados
2,5dl de azeite virgem
1 folha de louro
sal, pimenta e vinho branco q.b.
Numa taça temperar os miúdos com sal, a pimenta, a folha de louro e cobrir de vinho branco. Reservar mínimo 4 horas ou de um dia para o outro. Fazer um refogado muito puxado (quase a queimar) com a cebola e o alho. Acrescentar os miúdos com o vinho branco e deixar apurar muito bem até ficar um pouco agarrado e tenro, mexendo de vez em quando. Juntar o arroz e mexer bem para incorporar os aromas. Juntar água quente – duas medidas por cada uma de arroz – e corrigir os temperos.
Acompanhe com grelos temperados com um fio de azeite virgem.

Strogonoff (stroganoff, estrogonofe) de peito de frango com farfalle e pesto genovês

строганов, stroganov, no original é feito com carne de vaca. Esta versão em peito de frango, simples e económica,  não desmerece e pode ser enriquecida a compasso da sua imaginação.
Desta vez resolvi fazer um pacto russo-italiano e juntei um strogonoff de peito de frango a uma massa farfalle com pesto genovês. Devo confessar que gosto muito de massas italianas com pesto fresco mesmo que se comidas simples, sem mais nada, como é uso em Itália como primo piatto. Com o strogonoff também vai bem.


Strogonoff
2 peitos de frango
1 cebola
1 dente de alho
1 lata de pequena de champignons
2 embalagens de natas
0,5dl de azeite
2 colheres de concentrado de tomate
1 folha de louro
uma colher de chá de mostarda
um gole de molho inglês
sal, pimenta e noz-mosca q.b.

Cortar o peito de frango em bocados pequenos ou às tiras.
Cortar a cebola em juliana. Picar o alho.
Fazer um fundo de cebola, alho e a folha de louro a que, estando cozida, se juntam os bocados de frango. Deixar cozinhar até o frango estar cozido. Juntar os champignons e deixar cozinhar um pouco mais. Temperar com sal pimenta e noz-moscada.
Juntar as natas o molho inglês e a mostarda. Juntar também o concentrado de tomate. Deixar levantar fervura. Mexer bem e rectificar temperos.
Pesto Genovês
Manjericão (Ocimum basilicum) - 50 gramas de folhas de manjericão o mais fresco possível
Queijo ralado - 1 colher de sopa de Parmigiano Reggiano e 1 de Pecorino (ovelha curado; não havendo passa a 2 de Parmigiano)
Azeite extra virgem - ½ copo
Alho - 2 dentes
Pinhões - 2 colheres de sopa
Sal – um pitada

Coisas do dia seguinte

Patrick Watson está amanhã no Teatro Académico Gil Vicente 

Patrick Watson - Close To Paradise
The Great Escape


lá iremos...

Semifrio de queijo fresco batido

Para a Base
175 g de bolacha digestiva ou Maria
75 g de manteiga sem sal amolecida
50 g de chocolate meio amargo em pedaços
50 g de chocolate ao leite em pedaços

Prepare a base triturando grosseiramente a bolacha e misturando com os restante ingredientes. Dê-lhe forma utilizando um aro de 24 cm.

Para o creme
500 g de queijo fresco batido
5 folhas de gelatina
0,5 l de natas
50 g de açúcar em pó
250 g de açúcar
sumo de ½ limão

Demolhe a gelatina. Derreta-a em lume brando no sumo de limão. Reserve.
Misture o queijo com o açúcar. Incorpore a gelatina. Bata as natas bem frias com o açúcar em pó. Envolva as natas no queijo delicadamente com uma colher.
Deite o preparado sobre a base de bolacha, para dentro do aro, e leve-o ao frigorífico. Quando estiver frio, após 3 ou quatro horas, cubra com a gelatina de frutos silvestres. Mantenha no frio durante mais umas horas ou de um dia para o outro.

Gelatina de frutos silvestres
400 g frutos silvestres
80 g de açúcar
1 folha de gelatina (opcional)

Faça um ponto de açúcar a 113 °C e junte 300 g de frutos reduzindo tudo com a varinha mágica. Deixar arrefecer e envolva no preparado os restantes 100 g de frutos silvestres. Junte 1 folha de gelatina, depois de demolhada, para dar mais consistência à cobertura. Se desejar uma gelatina limpa passe o preparado por uma rede fina. 

Na altura de servir, passe um pano demolhado com água quente. Coloque à volta do aro, aguente o pano com as mãos e o aro sairá facilmente. Se ainda assim não sair, passe com uma faca demolhada.

Coisas do dia seguinte

Duke Ellington & John Coltrane
In a sentimental mood
Gravado originalmente por "Duke Ellington and His Orchestra", a 30 de Abril de 1935, com Otto "Toby" Hardwick no saxofone alto, entrou para 14º lugar na tabela de vendas. Foi um grande sucesso nos 30's e conheceu, nos anos seguintes, outras versões como a de "Benny Goodman and His Orchestra" e a de "Mills Blues Rhythm Band", ambas de 1936.

Tarte de Atum


Uma tarte cujo sabor excede as expectativas. Com um paladar suave a atum e limão, pode servir de refeição principal ou como uma boa entrada quente com uma salada variada.
Ingredientes para 4-6 pessoas
1 base de massa folhada pronta ou caseira
1 lata de atum em óleo grande (385g peso liq.)
1 noz de manteiga
1 fio de azeite
1 cebola picada
1 alho francês cortado em juliana
1 colher (sopa) de farinha
1,5dl de leite
1,5dl de natas
3 ovos 
2 colher (sopa) de salsa picada
sumo de 1/2 limão
sal e pimenta q.b.
Preparação
Pré-aquecer o forno a 180ºC.
Forrar uma tarteira com uma folha de papel vegetal e a base de massa folhada. Reservar.
Deixar o atum a escorrer meia hora antes.  Separar em lascas com o auxílio de um garfo. Reservar.
Refogar a cebola num fio de azeite, sem alourar. Juntar o alho francês e temperar com sal e pimenta. Acrescentar a noz de manteiga e deixar cozer em lume médio. Polvilhar com a farinha peneirada e envolver muito bem. Juntar o leite aos poucos, mexendo sempre até engrossar e ganhar volume. Retirar do lume.
Adicionar o atum ao preparado e envolver de novo. Polvilhar com a salsa e juntar o sumo de limão. Envolver bem e juntar as natas onde previamente se misturaram as três gemas de ovos. Envolver tudo muito bem e rectificar temperos.
Bater as claras em castelo e incorporar delicadamente ao preparado, sem bater.
Encher a base de massa folhada com o recheio de atum e levar ao forno, a 180ºC, por aproximadamente 30 minutos.

Servir a tarte quente ou morna, acompanhando com salada.

Serviço Público

A RTP1 abriu hoje o Jornal da Tarde com um espaço dedicado ao jogo Benfica-Porto que se vai realizar logo à noite. 
Duração da peça: 18 (dezoito) minutos.
Parece que o país acha isto bem.

Costeletas de porco preto grelhadas, feijão branco e cogumelos

Uma ligação perfeita que nos remete para a saborosa cozinha alentejana. Para 2 pessoas 300 g de costeletas de porco preto (desossadas) 400 g...