Crumble de cereja

Ainda no ciclo da cereja não há nada mais fácil do que um crumble.  E agora, com o tempo quente, é delicioso servido frio.




A massa base dá para fazer crumble com o recheio que se queira e é muito simples:

250 g de farinha
150 g de manteiga sem sal
110 g de açúcar
1 pitada de sal

Com as mãos, misture a farinha com os restantes ingredientes da massa, até a manteiga estar incorporada e ficar  uma massa solta, com uma consistência irregular de areia.

Escolha um recipiente para ir ao forno - pode ser um refratário ou um pirex.

Descaroce 700g de cerejas (ou o necessário para cobrir o fundo do pirex).  Espalhe as cerejas sem caroço no fundo do pirex e polvilhe com 2 a 3 colheres de açúcar de demerara.
Cubra uniformemente com a massa e leve ao forno a 200°C por 20 minutos ou até a massa estar dourada. Sirva quente ou frio.


Clafoutis de cereja

Está na altura delas, as cerejas, doces e carnudas.

Lembram-se do Clafoutis de maçã? Pois a receita é a mesma.






Em vez da maçã escolha 700g de cerejas bem doces e carnudas. Não utilizando maçã não necessita de sumo de limão nem de canela. O resto da receita mantem-se. Ah! e não se esqueça, pois é muito importante, que a cereja vai inteira, sim!, com caroço, e fica óptimo.


Desenforme com cuidado depois de frio. Polvilhe com açúcar em pó. Experimente colocar uma fatia no frigorifico para comer fresco. Pode ser que goste. Eu gosto de mais!


Expo Milão 2015 - Nutrire il Pianeta, Energia per la Vita

A Expo Milão 2015 é dedicada à alimentação no mundo - Nutrire il Pianeta, Energia per la Vita - e Portugal não vai estar presente. 




Ferreira Fernandes diz da falta que fazemos nessa feira.

"(...)Milão, hoje - onde o mundo glorifica a comida, Portugal não está presente. Não tem pavilhão, nem banca, nem um simples papelinho distribuído à entrada: "Olá, vocês não se lembram, mas já nos conhecemos. Foi Portugal que vos apresentou a/o [e aí o folheto diria o nome dum tubérculo, dum fruto, dum cereal]..." Aos brasileiros deu o café para conversar; à China e à Índia, a batata; e vindo dos Andes, o chili pepper, o jindungo que, passando pelo Brasil, deu sentido às sopas tailandesas e coreanas. Reparem, nem falo da paprica húngara - só reivindico as entregas diretas. A Budapeste, o picante só chegou depois de passar pela Turquia, trazido da Índia, onde, em Goa, os portugueses tinham metido o jindungo no vindaloo. Leiam alto e descubram a origem da palavra: "vinha-d"alho"... O vindaloo encontrei-o, também deturpado, em Trindade e Tobago e no Havai.
Em 1972, o americano Alfred W. Crosby publicou The Columbian Exchange (A Troca Colombiana), sobre uma mudança-chave da história, quando o Velho Mundo se encontrou com as Américas. Nesses anos, 1492, com Colombo, e 1500, com Pedro Álvares Cabral, o planeta começou a ser pintado redondo. Global, como hoje se diz. No maravilhoso A Aventura das Plantas e os Descobrimentos Portugueses, de 1992, José Mendes Ferrão explicou essa contribuição portuguesa. O mais comum prato angolano, o funje, é acompanhado por fuba de milho ou por fuba de mandioca. O milho e a mandioca vieram do Brasil. E não se espalharam só pelas antigas colónias portuguesas, são as duas farinhas mais comidas em toda a África. O molho desses pratos é feito com óleo de palma, do coconote, que foi levado pelos portugueses da Índia (Goa) e Sudeste da Ásia (Malaca) para África e Brasil. Quem come moqueca em Salvador da Bahia, saboreia Goa, sem que a agência portuguesa de viagens cobre taxas. No Nordeste brasileiro, chama canjica ao mingau de milho, ou munguzá, se for sem tempero e sal. Os nomes vêm do quimbundo angolano, kanjika mukunza. Quer dizer, a viagem das plantas não foi feita calada, uniu povos, para lá do palato.
A cana-de-açúcar tem origem na Índia e chegou a Pernambuco, o café é da Arábia e chegou a São Paulo. "E quem levou?", perguntaria o folheto que devíamos levar a Milão, já que não temos pavilhão. Os portugueses conhecem o ananás desde 1500, do Brasil. Levaram-no para estações de aclimatação, para os Açores, para o tornar de outro mundo (como levaram o cacau para São Tomé). Durante décadas, o Havai foi o maior produtor de mundial de ananás, mas só o começou a produzir em 1886, oito anos após o Reino do Havai, graças a um acordo de emigração com Portugal, já ter camponeses de São Miguel, Açores...
O pavilhão da Santa Sé, na Expo 2015, diz que a comida é também assunto de rituais e símbolos. Claro. E os portugueses foram apóstolos do valor sagrado do pão, espalharam-lhe a palavra e os sabores. O governo português diz que não temos pavilhão porque não temos dinheiro. É falso. Não estamos lá porque quem decidiu é pobre de espírito. Não merece Portugal."  in DN 16.05.2015.

Pavlova light de morangos


Sem pretensões de fazer uma receita rigorosa ou original, tenho por hábito variar nas frutas que vou utilizando. Pontualmente também evito fazer a Pavlova com natas e creme fraïche para evitar aquelas calorias todas. Desta vez utilizei morangos e iogurte grego natural. Fica muito fresca e saborosa, e light... na medida do possível. Boa para estes dias quentes.

4 Claras
200g de açúcar
2 colheres de chá de farinha maisena
1 pitada de sal
1 colher de sopa de vinagre aromático, cidra, framboesa...
3 iogurtes gregos naturais
2 colheres de sopa de açúcar em pó
sementes raspadas de uma vagem de baunilha cortada longitudinalmente
250g de morangos
2 colheres de sopa de Limoncello
1 colher de sopa de açúcar
50g de amêndoas fatiadas tostadas

Forre o tabuleiro do forno com uma folha de papel vegetal (ou sobre o silpat), desenhe um círculo de 24 cm de diâmetro e unte com margarina. 

Bata as claras em castelo com a pitada do sal até ficarem bem firmes. Lentamente, junte o açúcar batendo sempre. Dissolva a maisena no vinagre (se necessário acrescente uma gotas de água) e misture nas claras continuando a bater. Deite colheradas de massa sobre o círculo do papel vegetal e ajeite em forma circular com uma espátula podendo deixar o interior um pouco cavo.
Leve ao forno previamente aquecido a 180°C para que cresça depressa e fique crocante por fora. Passe para 150°C e espere 30 minutos.

Ao fim desse tempo desligue o forno e deixe arrefecer completamente dentro do forno. Retire o papel vegetal, e coloque num prato.

Misture bem o iogurte com as sementes de baunilha e o açúcar em pó. Encha o suspiro com este creme. Cubra com 150g dos morangos cortados em quartos. Pode fazer camadas: morangos, iogurte, morangos.

À parte, liquidifique os restantes 100g de morangos juntamente com 2 colheres de sopa de Limoncello e uma colher de sopa de açúcar. Passe por um coador para retirar as grainhas. 
Verta em fio sobre a pavlova. Leve ao frio. Na hora de servir polvilhe com as amêndoas torradas.

Dica: O suspiro tende a crescer e pode ficar demasiado largo tornando-se pouco elegante para colocar num prato. Pode limitar-se esse alargamento utilizando um aro untado com margarina.


Tâmaras com foie gras

 Tâmaras Medjoul, Bloc de foie gras, redução de vinho do porto e amêndoas torradas.


Acompanhei com um sauvignon blanc mas um porto também vai muito bem.   

Porto A. A. Ferreira - Garrafeira 1830

Como explicar a solenidade do momento? Abrir um Porto Ferreira Garrafeira de 1830. Coisa de família a que se tinha perdido a história. Estava lá por casa à espera de um dia que foi agora.

O pormenor do A. A. FERREIRA, SUCCRS. OPORTO.

Todas as cautelas pois a rolha já devia estar em más condições, embora estivesse lacrada. Não estavam reunidas as condições para lhe dar o tratamento merecido - faltava a tenaz para lhe partir o gargalo. 



Nada de agitar a garrafa. Primeiro tirar o lacre. Abordar a rolha com cuidado, lentamente e, já está! Será que ainda está bebível? Vamos decanta-lo...

A cor entusiasmou-me e o aroma pujante deu-me a certeza. Está bom! O depósito no fundo da garrafa não era excessivo nem turvo.



É com respeitosa emoção que se prova um vinho com esta idade. Espantosamente cheio de personalidade e força. Delicioso. Para beber devagar.

Maria (sopra la Carpinese)

Via Crucis - Maria (sopra la Carpinese)

Christina Pluhar/Philippe Jaroussky/ NuriaRial//Barbara Furtuna


Rendido!

Linguado Delícia


Para duas pessoas

 2 linguados grandes
 2 bananas
 80 g de manteiga
 Sumo de 1 limão
 Sal q.b.
 Farinha q.b.

Limpe os linguados e tempere-os com sal e sumo de meio limão.

Leve ao lume uma frigideira com 2 colheres de sopa de manteiga. Passe os linguados por farinha e leve-os a fritar na manteiga, em lume brando, ± 5 minutos de cada lado. Retire-os e reserve-os no forno aquecido a 100°C.

Descasque as bananas e passe-as levemente por farinha. Acrescente, se necessário, um pouco mais de manteiga e frite-as na mesma frigideira até ficarem douradas sem ficarem excessivamente moles. Retire-as e disponha-as em cima dos linguados.

Limpe bem a frigideira, junte três colheres de manteiga e o sumo da outra metade do limão. Assim que começar a levantar fervura deite sobre os linguados e sirva bem quente. Acompanhe com batata cozida. Polvilhe com salsa picada. Merece a companhia de um bom vinho branco seco.

Baklava

Da minha anterior visita à Turquia a recordação das pastelarias da Avenida Istiklal, em Istambul, é uma das mais impressivas. As cores e aromas das imensas variedades de belas Baklavas, em exposição em vitrines enormes, são um chamariz para os gulosos. Talvez por isso tenha exagerado de tal maneira nas provas que, ao fim de poucos dias, deixei de comer Baklavas e não mais lhes toquei até ao dia de regresso.

A Baklava é um doce feito à base de folhas de massa muito fina (tipo filo) recheadas com frutos secos, o mais comum dos quais a pasta de nozes. Também é muito utilizado o pistache, a avelã e vários tipos de sementes. Depois de ir ao forno é vulgarmente regado com xarope de açúcar muitas vezes enriquecido com mel. Resulta num bolo bastante doce e gordo, não fosse a massa abundantemente barrada com manteiga.


Como me tinham sobrado bastantes folhas de massa filo, de uma outra preparação, resolvi aproveitá-las. Esta é uma das receitas possíveis. Mantendo as bases a imaginação é o limite.

Calda
150g de açúcar
2 colheres de sopa de mel
3dl água
sumo de meio limão

Leve ao lume o açúcar, o mel e a água até ferver por 5 minutos. Retire do lume e junte o sumo do limão. Reserve.

Ingredientes da Massa
20 folhas de massa filo à temperatura ambiente
200 a 240g de manteiga derretida
280g de nozes (amêndoas, avelãs ou misturas, moídas grossas)
45g de açúcar
30ml de água (eventualmente aromatizada)
Preaqueça o forno 200° C.
Misture a nozes com o açúcar e a água até formar uma pasta. Reserve.
Utilize um tabuleiro onde caibam as folhas da massa ou corte-as à medida. Coloque folha por folha de massa (10) e vá untando de manteiga, uma a uma, com um pincel.
Depois de colocadas 10 folhas espalhe por cima o recheio de nozes.
Cubra com as restantes dez folhas de massa, sempre untando de manteiga uma a uma.
Depois de completado o processo corte cuidadosamente em losangos ou quadrados.
Leve ao forno por ±25 minutos.


Quando a massa tiver obtido a tonalidade loura desejada retire do forno  e, com uma colher grande,  regue  uniformemente com toda a calda fria. As Baklavas ficam brilhantes e crocantes. Podem ser enfeitadas a gosto. Deixe arrefecer. Está pronto.

Pargo assado no forno

A melhor maneira de cozinhar um pargo, como agora se diz, "legítimo"!, é, para mim, assado no forno. Aprendi com a minha mãe a fazê-lo assim, generoso de azeite e com bastante tomate e cebola. 

Noutros tempos, em que o pargo não se chamava "legítimo" e circulava por águas mais baixas, era um prato de combate lá de casa. Que delícia! aquelas febras brancas de peixe, envoltas pelo tomate e a cebola a ressumar de azeite e de sabor. 


Para um pargo de ±1Kg

6 fatias de bacon
2 cebolas cortadas às rodelas finas
2 dentes de alho laminados
3 tomates cortados aos pedaços
4 pés de salsa
1 folha de louro
1,5dl de azeite
1,5dl de vinho branco
Sal, pimenta, colorau e tomilho
600g de batatinhas para assar


Preaqueça o forno a 180°C

Espalhe, no fundo da assadeira, a cebola às rodelas e o alho laminado. Dê três cortes no peixe e coloque-o por cima da cebola. Junte o que falta: o tomate aos pedaços, a folha de louro, os pés de salsa. Nos cortes que fez no peixe introduza o bacon e também um bocado dentro da barriga. Junte as batatinhas...
Tempere tudo com sal, pimenta e umas folhas de tomilho. Polvilhe com colorau.
Regue com o azeite e vinho branco.
Reduza a temperatura do forno para 170°C e coloque o peixe a assar por uma hora ou até estar apurado, sem o deixar secar.


Costeletas de porco preto grelhadas, feijão branco e cogumelos

Uma ligação perfeita que nos remete para a saborosa cozinha alentejana. Para 2 pessoas 300 g de costeletas de porco preto (desossadas) 400 g...